Depois de tanto falar de amor, hoje pretendo discutir sobre o rompimento amoroso.
No término de uma relação sempre há uma sensação de que algo deixou de ser feito, ou falado.
Como psicanalista acredito que a fala faz toda a diferença em qualquer tipo de relação, inclusive no amor.
Como é difícil lidar com o fim, diante disso faltam as tais palavras, sobram as sensações.
O termino de um relacionamento amoroso, faz com que tenhamos que lidar com todas as nossas perdas.
No dia seguinte ao acordarmos e pensamos, "não foi um pesadelo, isso realmente aconteceu", sentamos em nossa cama e retomamos ponto a ponto, a série de diálogos, surgem os arrependimentos," talvez se eu não tivesse falado isso, mas falei." E tem uma voz interior que nos diz....A vida segue...ou....você é uma porcaria, sempre fala a coisa errada.
Abrimos o guarda roupa e escolhemos a melhor roupa, maquiagem....Ele vai ver o que perdeu....
Abrimos o guarda roupa e não escolhemos nada...apenas seguimos em frente...ou
Não abrimos o guarda roupa, mas telefonamos desesperadas para o nosso ex, numa tentativa de reaproximação. ou ainda
Colocamos aquela música, relembramos os momentos preciosos de convivência e choramos.
Enfim, cada um lida com o amor e com o seu rompimento de uma maneira particular, mas a cada fim somos colocados frente ao limite.
Um corte foi colocado, algo terá que ser repensado ou não. Somos seres constituídos por perdas e separações: separamos de nossa mãe, de nosso pai, de nosso corpo infantil, de nossos sonhos mirabolantes da adolescência, daquele nosso melhor amigo, do nosso primeiro amor, segundo amor....
Entretanto são justamente essas perdas e separações que nos possibilitam crescer, sermos seres autônomos, sujeitos de nosso próprio desejo, sempre inapreensível. Enfim é perder para ganhar...
No auge de nossa dor é impossível perceber a perda como algo que nos faça amadurecer. Neste momento é importante vivermos a dor e a tristeza, pois ela geralmente passa...E quando realmente falamos sobre a nossa dor, choramos pelo nosso rompimento, existe a possibilidade da elaboração, a fim de que o novo advenha, como uma nova possibilidade e não como a repetição dos antigos amores.
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