Eu sempre acreditei na imagem, no estereótipo, naquilo que a pessoa acreditava que era e sempre acreditei na minha própria imagem. Entretanto, ao que parece essa imagem nem sempre corresponde aos fatos. Às vezes as pessoas “se acham” isso ou aquilo,
No consultório isso é muito comum, por exemplo, uma mulher linda e inteligente, as vezes possui uma auto imagem distorcida, e sente e burra, não conseguindo interagir com o dia a dia, por conta desta imagem e em todas as suas relações se posiciona desta maneira. Não adianta você falar para ela: “menina você é tão linda, tão inteligente, é claro que ele iria gostar de você.” O caso da anorexia é outro exemplo mais radical desta distorção, a menina já esta muito magra, e quando olha no espelho se vê obesa, e não come nada, e as vezes morre por conta desta distorção. Sendo assim, podemos pensar e nos questionar de onde se origina essa imagem que construímos de nós mesmos.
Essa
imagem e ideais que temos sobre nós e o mundo foi constituído desde muito cedo
em nossas vidas, e geralmente são recalcados mantendo-se no inconsciente, mas
interferem diretamente na vida de cada um, pois enxergamos o mundo sob essa
perspectiva particular. Sendo assim o meio sofre muito mais a interferência do
nosso olhar, do que o contrário.
A
vida se torna muito mais leve, a medida que vamos desconstruindo esses ideais,
quando esse Eu vai se livrando dessas identificações construídas ao longo da
vida. Pois por um lado essa imagem num determinado, momento quando éramos
pequeninos foi muito importante, foi constituinte para sermos seres de
linguagem, entretanto é importante que essas identificações sejam
desconstruídas passo a passo. Os ideais são importantes, pois são eles que
possibilitam termos repertórios para lidar com a vida, entretanto esses mesmos
ideais podem ser massacrantes e paralisantes, pois buscamos a perfeição, a
complementação. E a realidade geralmente é repleta de obstáculos, frustrações e
imperfeições. Já dizia o poeta:
“Há um tempo em que é preciso
abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os
nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da
travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de
nós mesmos.” Fernando Pessoa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário