Complexo de Édipo nas meninas
O Complexo de Édipo nas meninas se desenvolve de maneira diferente que nos meninos.
Até os três anos aproximadamente, a menina julga deter, assim como o menino, um pênis (falo), e se sente onipotente. Um evento crucial ofuscará essa situação: ela verá o corpo nu masculino, dotado de um pênis(falo), e verá que o menino possui algo que ela não tem.
A reação da menina é de decepção,té então, fiava-se em suas sensações de poder vaginal e clitoridiano, que a confortavam em seu sentimento de onipotência. Julga então que o poder está no corpo do outro, no sexo masculino. A menina vê-se assim dolorosamente despossuída, pois o cetro da força não é mais encarnado por suas sensações erógenas, mas pelo órgão visível do menino.
A partir
desta constatação a menina sofre com a dor de ter sido privada do falo. A menina vive a dor
de uma privação, de uma perda.
A menina sofre uma dor real - uma dor de ter sido privada de algo que ela julgava possuir. Ela responsabiliza a mãe por não ser portadora do falo, pois a mãe como ela, também é desprovida de falo. É nesse exato momento que a menina esquiva-se da mãe.
A menina sofre uma dor real - uma dor de ter sido privada de algo que ela julgava possuir. Ela responsabiliza a mãe por não ser portadora do falo, pois a mãe como ela, também é desprovida de falo. É nesse exato momento que a menina esquiva-se da mãe.
Entra em
cena a figura do pai, o grande detentor do (pênis) falo. É quando a menininha se volta
para o pai reivindicando seu poder e sua potência. Quer ser tão forte
quanto o pai e ter de volta aquilo que nunca teve. Impossível!
É então que
o pai lhe fala: "Não posso lhe dar o falo, simplesmente porque esse falo não existe! O falo que você me pede é um sonho, uma criação".. Claro que nenhum pai diz isso à filha; esse pai é um pai caricatural, fantasiado. Essa recusa
do pai é recebida pela filha como perda, dor e fim a toda
esperança de um dia possuir o mítico falo.
Entretanto mesmo assim lança-se agora com todas as forças nos braços do pai não mais para lhe arrancar o poder, mas para ser ela mesma a fonte do poder. Sim, ela queria ter o falo, mas agora ela quer ir além, ela quer ser o falo, quer ser o próprio falo, a favorita do pai.
Em virtude
do não, da primeira recusa paterna, surge agora o desejo incestuoso de
ser possuída por ele, de ser o falo do pai. Assim, ao sexualizar o pai, a menina entra efetivamente no Édipo. A
fantasia de prazer que melhor ilustra o desejo edipiano de ser possuída pelo
pai é geralmente expressa pela frase: "Quando crescer, vou me casar com o
papai".
Essa
entrada no Édipo é também o momento em que a mãe, após ter sido afastada, volta
à cena e fascina a filha por sua graça e feminilidade. A menina então,
espontaneamente, aproxima-se e identifica-se com a mãe. O comportamento
edipiano da menina inspira-se completamente no ideal feminino encarnado pela
mãe, na observação e no aprendizado de como seduzir um homem.
É nessa fase que as meninas adoram observar a mãe se maquiando ou se embelezando. Mas é aqui que a mãe é vista, além de como um ideal, como uma grande rival. Assim, realiza-se o primeiro movimento de identificação da filha com o desejo da mãe: o de ser a mulher do homem amado(pai) e dar-lhe um filho.
É nessa fase que as meninas adoram observar a mãe se maquiando ou se embelezando. Mas é aqui que a mãe é vista, além de como um ideal, como uma grande rival. Assim, realiza-se o primeiro movimento de identificação da filha com o desejo da mãe: o de ser a mulher do homem amado(pai) e dar-lhe um filho.
O pai faz uma nova recusa: - "Não a quero como mulher!" levando a
filha a identificar-se com a pessoa do pai. Uma vez
que a menina não pode ser o objeto sexual do pai, ela quer ser então como ele.
"Já que você não quer saber de mim como mulher, então vou ser como
você!". A menina aceita recalcar o seu desejo de ser possuída pelo pai,
sem com isso renunciar à sua pessoa.
A menina obstina-se audaciosamente a se apoderar do pai. Ela mata seu pai fantasiado, mas o ressuscita como modelo de identificação. Identificada com os traços masculinos do pai após ter se identificado com os traços femininos da mãe, a menina enfim abandona a cena edipiana, abrindo-se agora para os futuros parceiros de sua vida como mulher.
A menina obstina-se audaciosamente a se apoderar do pai. Ela mata seu pai fantasiado, mas o ressuscita como modelo de identificação. Identificada com os traços masculinos do pai após ter se identificado com os traços femininos da mãe, a menina enfim abandona a cena edipiana, abrindo-se agora para os futuros parceiros de sua vida como mulher.
Notem que as duas identificações constitutivas da mulher - identificação com a feminilidade da mãe e com a virilidade do pai - foram desencadeadas por duas recusas do pai: recusa de dar o falo à filha e recusa de tomá-la como falo.
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