CONFERÊNCIAS INTRODUTÓRIAS SOBRE A PSICANÁLISE - XXII
Conferências Introdutórias
sobre a Psicanálise. Conferência
XXII – Algumas ideias sobre o desenvolvimento e regressão – Etiologia (1917)
A questão colocada neste texto é que
a libido no humano origina-se de investimentos libidinais em cada parte do corpo, através de contato com outro semelhante, geralmente a mãe: do autoerotismo às fases oral, anal,
fálica, latência e genital momento onde a reprodução.
Outra tese colocada por Freud é de que a neurose surge da impossibilidade de satisfação total da pulsão. A privação da libido em alguma parte do corpo causa frustração e faz o sujeito adoecer. Os sintomas são os substitutos à satisfação frustrada.
Outra tese colocada por Freud é de que a neurose surge da impossibilidade de satisfação total da pulsão. A privação da libido em alguma parte do corpo causa frustração e faz o sujeito adoecer. Os sintomas são os substitutos à satisfação frustrada.
Neste texto Freud escreve que, a neurose surge através da inibição e regressão dos investimentos libidinais. A ultrapassagem da libido em cada uma das fases do desenvolvimento
(oral, anal, fálica, latência e genital) pode
ocorrer de maneira diferente e
não encontre êxito em algum dos momentos, ou ainda, não ser superada
completamente. Quando isso ocorre parte
das funções serão retidas permanentemente nesses estádios iniciais; ou o quadro
total do desenvolvimento será limitado pela inibição do desenvolvimento.
Freud faz uma analogia do
desenvolvimento libidinal no corpo, a regressão e fixação com o processo
civilizatório: nos períodos iniciais da história do homem, um povo inteiro
abandonava determinado local de morada e procurava uma nova localidade, nesta
migração para novos lugares, pequenos grupos fixavam-se nos locais de parada,
enquanto a maioria seguia adiante.
A fixação é a demora de uma tendência parcial num estágio anterior e a regressão é o retorno com certa facilidade
aos estágios anteriores. “Quanto mais
intensas as fixações em seu rumo ao desenvolvimento, mais prontamente a função
fugirá às dificuldades externas, regressando às fixações - portanto, mais
incapaz se revela a função desenvolvida de resistir a obstáculos externos
situados em seu caminho.” S. Freud. Conferências Introdutórias
sobre a Psicanálise. Conferência
XXII – Algumas ideias sobre o desenvolvimento e regressão – Etiologia (1917).
As fixações e regressões dependem
uma das outras, para acontecer a regressão é necessário ocorrer a fixação.
Quanto maior a quantidade de fixações, mais haverá regressões retornando ao
“local” da fixação. A regressão seria uma espécie de fuga aos obstáculos
externos. Quais seriam esses obstáculos externos? Como funcionaria a regressão?
Há dois tipos de regressão ambas encontradas nas neuroses de transferência e desempenhando
importante papel: o retorno aos objetos de
natureza incestuosa que anteriormente foram investidos e o retorno da
organização sexual ( aos estágios anteriores)
Apesar de processos parecidos, a regressão e o recalque não são análogos, o recalque é o processo
pelo qual um ato admissível à
consciência é tornado inconsciente –afastado para dentro do sistema
inconsciente e a regressão, o ato
psíquico inconsciente é impedido de ter acesso ao sistema vizinho (pcs/Ics) sendo repelido pela
censura.
O recalque apresenta um sentido topográfico (lugar) e dinâmico(força). A regressão é um conceito
descritivo, não é possível localizá-lo no Aparelho psíquico.
Na neurose histérica estaria
presente a regressão da libido em relação aos primitivos objetos sexuais incestuosos. sendo o mecanismo preponderante o Recalque. Já na neurose obsessiva há regressão da libido ao
estádio preliminar da organização sádico-anal e isso é fundamental na constituição dos sintomas.
“A impulsão de amor, quando isso aconteceu, é obrigada a disfarçar-se em impulsão sádica. A ideia obsessiva ‘Eu gostaria de te matar’ quando despojada de determinados acréscimos não casuais, contudo indispensáveis não significa, no fundo , outra coisa senão: ‘Eu gostaria de me deleitar com amor’ ” S. Freud. Conferências Introdutórias sobre a Psicanálise. Conferência XXII – Algumas ideias sobre o desenvolvimento e regressão – Etiologia (1917). P.402
“A impulsão de amor, quando isso aconteceu, é obrigada a disfarçar-se em impulsão sádica. A ideia obsessiva ‘Eu gostaria de te matar’ quando despojada de determinados acréscimos não casuais, contudo indispensáveis não significa, no fundo , outra coisa senão: ‘Eu gostaria de me deleitar com amor’ ” S. Freud. Conferências Introdutórias sobre a Psicanálise. Conferência XXII – Algumas ideias sobre o desenvolvimento e regressão – Etiologia (1917). P.402
Em relação aos modos de satisfação, tantos os impulsos
pulsionais, quanto os objetos a serem
investidos são plásticos se adaptam. Há métodos
de deslocamentos e aceitação de
substitutos a fim de proteger o organismo justamente da frustração. A
sublimação é um destes métodos. Entretanto todos esses métodos são falíveis, justamente
porque existem situações e momentos de privações. A fixação libidinal representa o fator interno que predispõe a
neurose (por exemplo sádico anal na Neurose Obsessiva) e a frustração/privação representa o fator
externo na etiologia da neurose.
Em seguida Freud formula série de
perguntas sobre a constituição da neurose:
A neurose é resultado inevitável
da própria constituição ou advém de algum trauma decorrente da experiência de
cada um?
Elas são causadas pela fixação da libido ou pela pressão da frustração?
A causa da neurose é exógena e endógena, proveniente da própria constituição sexual (Libido e pulsão) e da experiência. A fixação/privação da libido e privação/frustração.
Além da neurose existe a perversão, que apresenta grande
‘adesividade’ libidinal em relação aos
objetos. Freud neste texto aponta a perversão como algo oposto da neurose: numa
precoce escolha de objeto anormal, a libido ficaria ligada neste por toda vida. Em que sentido se opõe a neurose? No
neurótico há plasticidade em relação ao objeto e a libido e o sintoma como
marca disso.
A marca da neurose é o
conflito psíquico: enquanto uma parte da personalidade defende a causa
de determinados desejos, outra parte se opõe a eles e recua/retroceda.
Há certas condições para que um conflito se torne patogênico: O conflito advém da frustração, de quando a libido impedida de encontrar satisfação é forçada a procurar outros objetos e caminhos. Essa substituição gera desaprovação por parte da personalidade, impossibilitando o novo método de satisfação tal como se apresenta. Resultando a formação do sintoma. Certas tendências libidinais encontram vias indiretas de satisfação submetendo-se a deformações e atenuações. Qual o sentido do termo “personalidade” utilizado por Freud?
Há certas condições para que um conflito se torne patogênico: O conflito advém da frustração, de quando a libido impedida de encontrar satisfação é forçada a procurar outros objetos e caminhos. Essa substituição gera desaprovação por parte da personalidade, impossibilitando o novo método de satisfação tal como se apresenta. Resultando a formação do sintoma. Certas tendências libidinais encontram vias indiretas de satisfação submetendo-se a deformações e atenuações. Qual o sentido do termo “personalidade” utilizado por Freud?
· Para uma frustração externa tornar-se patogênica
é preciso acrescentar-lhe uma frustração interna. Externa e interna
correspondem vias e objetos diferentes.
O conflito patogênico é decorrente das pulsões do Eu e pulsões sexuais. No início não há oposição entre a libido sexual e do Eu ou aos interesses de autopreservação, contrario disso, o eu tenta manter em cada estádio a harmonia com sua organização sexual tal como se apresenta em cada momento tentando ajustar-se. Entretanto quando ocorre fixações da libido e algum ponto do desenvolvimento (da libido) , o eu pode tornar-se “nesse sentido” pervertido ou adotar uma atitude não complacente: O que significa ao eu sustentar a posição pervertida em relação a fixação da libido? Quando sustenta a posição não complacente o eu experimenta um recalque ali onde a libido sofreu uma intensa fixação. Essa tendência ao conflito depende tanto do desenvolvimento do eu como do da libido.
O conflito patogênico é decorrente das pulsões do Eu e pulsões sexuais. No início não há oposição entre a libido sexual e do Eu ou aos interesses de autopreservação, contrario disso, o eu tenta manter em cada estádio a harmonia com sua organização sexual tal como se apresenta em cada momento tentando ajustar-se. Entretanto quando ocorre fixações da libido e algum ponto do desenvolvimento (da libido) , o eu pode tornar-se “nesse sentido” pervertido ou adotar uma atitude não complacente: O que significa ao eu sustentar a posição pervertida em relação a fixação da libido? Quando sustenta a posição não complacente o eu experimenta um recalque ali onde a libido sofreu uma intensa fixação. Essa tendência ao conflito depende tanto do desenvolvimento do eu como do da libido.
Precondição à neurose: Frustração;
Fixação da libido e; Tendência ao conflito surgida do desenvolvimento do eu, a
qual rejeita esses impulsos libidinais.
As pulsões
de Autopreservação (Eu) e pulsões Sexuais:
Como separar
algo da necessidade ou da autopreservação, do prazer sexual? A boca, por
exemplo, satisfaz a necessidade (Fome) e de prazer sexual. O corpo humano é
erógeno, mas também apresenta necessidades para satisfazer-se. Por outro lado
existe a imposição cultural de controle sobre o prazer. Quanto mais educados,
mais distantes do prazer? Ou quanto mais neuróticos menos prazeres? Curto
circuito que Freud tenta explicar a partir do conflito pulsional e o fato de
sermos humanos que nos tira parcialmente
da filogenética.
“Ora
é digno de nota o fato de que as pulsões sexuais e pulsões de autopreservação
não se comportam da mesma maneira para com a necessidade real. (nota de rodapé: “reale not”, isto é, as exigências
impostas pela realidade. Para o que segue ,cf. o parágrafo (3) de “formulações
sobre os dois princípios do funcionamento mental” (1916b) ) As pulsões de autopreservação, e tudo
com eles se relaciona são muito mais fáceis de educar: cedo aprendem a
adaptar-se à necessidade e a moldar seus desenvolvimentos de acordo com as
instruções da realidade. Isto se compreende, pois eles não poderiam obter os
objetos de que necessitam, se agissem de alguma outra maneira; e sem esses
objetos, o indivíduo inevitavelmente pereceria. As pulsões sexuais são mais
difíceis de educar, de vez que, no início, não precisam de objeto. Como estão
ligados, à semelhança de parasitas, por assim dizer, às outras funções
corporais e conseguem sua satisfação
auto eroticamente no próprio corpo da pessoa, eles estão, de inicio, retirados
da influencia educadora da necessidade real, e conservam essa característica de
serem rebeldes e inacessíveis à influência (isto descrevemos como sendo
irracional) na maioria das pessoas, em certo sentido, por toda vida. Ademais,
via de regra, a educabilidade de pessoas jovens chega ao fim quando suas
necessidades sexuais surgem em toda sua plenitude.” S. Freud. Conferências Introdutórias
sobre a Psicanálise. Conferência
XXII – Algumas ideias sobre o desenvolvimento e regressão – Etiologia (1917).
As pulsões
sexuais em sua trajetória nos estádios atuam buscando prazer e isso se mantém,
já as pulsões do Eu têm a princípio o mesmo objetivo: obter prazer, entretanto
posteriormente o objetivo altera-se para manter o desprazer longe do aparelho
psíquico.
“O eu descobre que lhe é inevitável renunciar à satisfação imediata, adiar a obtenção de prazer, suportar um pequeno desprazer e abandonar inteiramente determinadas fontes de prazer.” S. Freud. Conferências Introdutórias sobre a Psicanálise. Conferência XXII – Algumas ideias sobre o desenvolvimento e regressão – Etiologia (1917). Deixando de ser governado pelo principio do prazer obedecendo ao princípio de realidade que também busca obter prazer, mas levando em consideração a realidade. Prazer adiado e diminuído.
“O eu descobre que lhe é inevitável renunciar à satisfação imediata, adiar a obtenção de prazer, suportar um pequeno desprazer e abandonar inteiramente determinadas fontes de prazer.” S. Freud. Conferências Introdutórias sobre a Psicanálise. Conferência XXII – Algumas ideias sobre o desenvolvimento e regressão – Etiologia (1917). Deixando de ser governado pelo principio do prazer obedecendo ao princípio de realidade que também busca obter prazer, mas levando em consideração a realidade. Prazer adiado e diminuído.